Esse lado B aflorou quando me vi sem emprego, após ter sido demitida por uma empresa picareta que se valeu dos meus serviços por quase três meses e não me pagou.
Tinha que pagar escola, carro, material escolar (parcelado em algumas vezes) enquanto uma nova vaga não surgisse.
Reuni o que sobrou de uma experiência do Natal, quando fiz sabonetes líquidos e sais de banho para presentear familiares e parti para a luta.
Passei a decorar caixinhas com
pout porri com a mesma essência dos sabonetes e sais para valorizar ainda mais os
kits.
Com minha criatividade aguçada, passei a fazer um tipo de acabamento diferenciado: utilizava guardanapos de papel brancos, cola branca e corante alimentício. O resultado era muito bacana porque o corante depois de seco (era misturado à cola) deixava vários tons na caixinha. Juro, ficava lindo!
Depois vieram as caixas com tampa, as bandejas, descanso de panelas, o decoupage, os quadros.
Também fiz imã de geladeira, com vasinhos de plástico de sempre-vivas coloridas. Fiz lembrancinhas de casamento, em potes e caxinhas de vidro.
Vendi para a família, para amigos, para desconhecidos, pessoas indicadas por quem aprovou meu trabalho.
E assim paguei carro, material do Lucca, minhas contas.
E quanto a empresa que me demitiu, conto aqui que faliu!
Ah! só mais um detalhe: nunca fiz um curso sequer para confeccionar essas coisas todas. O que tive foi apoio de gente querida, entre elas a Margarida, da Casa das Essências.